29 de janeiro de 2013

[.a menina quebrada.]

"O que eu poderia dizer a você, Catarina? A verdade? A verdade você já sabia, você tinha acabado de descobrir. As pessoas quebram. Até as meninas quebram. E, se as meninas quebram, você também pode quebrar. E vai, Catarina. Vai quebrar. Talvez não a perna, mas outras partes de você. Membros invisíveis podem fraturar em tantos pedaços quanto uma perna ou um braço. E doer muito mais. E doem mais quando são outros que quebram você, às vezes pelas suas costas, em outras fazendo um afago, em geral contando mentiras ou inventando verdades. Gente cheia de medo, Catarina, que tem tanto pavor de quebrar, que quebram outros para manter a ilusão de que são indestrutíveis e podem controlar o curso da vida. E dão nomes mais palatáveis para a inveja e para o ódio que os queima. Mas à noite, Catarina, à noite, eles sabem."
...
"Existe gente, Catarina, que não consegue dar sentido, ou acha que os farelos de sentido que consegue escavar das pedras são insuficientes para justificar uma vida humana, e quebra. Quebra por inteiro. Estes você precisa respeitar, porque sofrem de delicadeza. E existe gente, Catarina, que só é capaz de dar um sentido bem pequenino, um sentido de papel, que pode ser derrubado mesmo com uma brisa. E essa brisa, Catarina, não pode ser soprada pela sua boca. Ser forte, Catarina, não é quebrar os outros, mas saber-se quebrado. É ser capaz de cuidar de seus barcos de papel – e também dos barcos dos outros – não como uma criança que os imagina poderosos, de aço. Mas sabendo que são de papel e que podem afundar de repente."
-Eliane Brum-

28 de janeiro de 2013

[.nota mental.]

(...) suponho que só há lucidez depois que você parte. São pequenas declarações que nem sei se diria, mais fácil suspirar, desentender tudo.
Tenho feito surgir muito dessas coisas, mas acontece que é meio em vão, meio em vão, porque passa rápido, e logo a delicadeza se esvai; então murcho. Queria ter alguém que me mantivesse sempre florida. Mas anda tudo tão difícil hoje em dia, até os palhaços estão largando seus empregos e se tornando pessoas mais sérias, as pessoas andam correndo demais, dormindo de menos, sonhando, decerto, tão pouco. Se houvesse por aí um grande amor, eu cataria.
-primaverasdesetembro-

[.o que levo.]

:: "Mala boa de carregar deve ser feita assim: encha o fundo com bom humor, sempre. Nos cantinhos, vá espalhando tolerância, otimismo e delicadeza... Atenção e humildade também são itens indispensáveis. Pode abusar de tudo isso, que a mala aguenta...Procure levar também as lições boas que você aprende com as viagens diárias. Alguém pode precisar disso...E é sempre bom ter à mão histórias felizes pra contar. Ah, tem mais uma coisa: sorriso, beijo e abraço funcionam como um excelente kit de primeiros socorros. Ele pode salvar o seu dia. Então é isso... Se você tem coisas boas pra encher a mala do seu espírito, vai perceber que, quanto mais cheia, mais leve ela fica. E aí, você vai descobrir que a aventura de sair de casa pode ser muito divertida."
(Lena Gino)


[.a leveza é a coragem que não precisa de justificativas.]

(...) então já me sinto curada de todos os detalhes mal vividos e de todas as minhas metades mal feitas. Bendita é a renúncia que anuncia palavras vindouras, a cada sorriso. Por essa, me deixo ir. E não volto.

Há amores de tempos maiores.
-Priscila Rôde-

21 de janeiro de 2013

[.amar é cotidiano.]

:: Amar não é coisa para a gente querer troco.
Amar é particularidade, luxo de quem inventa, não espere esmola de volta. 

[Capítulo 33, página 181, do Livro Big Jato/ Xico Sá]

Ela me dava a mão e eu não precisava de mais nada. Bastava isso para que eu me sentisse bem acolhido. Mais do que beijá-la, mais do que nos deitarmos juntos, mais do que qualquer outra coisa, ela me dava a mão, e isso era amor."
— A trégua, Mario Benedetti.

20 de janeiro de 2013

[.mudar o modo de temer.]

:: Que a gente não tenho medo de mudar. Tropeços, decepções, dificuldades, sim, elas sempre estarão aqui. Aí, não importa. Mas nada mais bonito do que lembrar das tentativas. E das superações. Eu aprendi que se expor pra vida é um ato de coragem. É a valentia de quem não veio a passeio.
-Bibiana Benites-




18 de janeiro de 2013

[.a vida não é mais datada. hoje sou muito dona de mim.]

:: É isso. Aos poucos vou entendendo que felicidade é sentimento que brota, quando a gente se aceita, é coisa que vem de dentro sem negociar quando volta ou vai embora. E não tem nada a ver com fatores externos, com pessoas queridas, objetos que elevam o ego.

(Um Lugar ao Sol Perto do Vento)

16 de janeiro de 2013

[.opte por aquilo que te constrói.]

:: Que daqui pra frente venha o melhor. Que as mudanças sejam conseqüências do que foi bom. Que os demais continuem sendo os demais. Que os amigos fiquem, permaneçam, envelheçam. Que as lembranças continuem como retrato, porém, intacto na cabeça. Que a chuva lave a alma dos amantes feridos. Que flores, estrelas e arco-íris não percam a beleza. Que um sorriso bem dado seja entendido. Que o mundo gire numa rotatória perfeita, sem cambalear ninguém.”

— Camila Mendes —



E tem vindo. Tenho sentido o MEU melhor; talvez ainda ajustáveis, mas o melhor diante de tudo que passei - o que acho natural. Nem tudo é estático. Precisamos de movimentos maiores. Por dentro. 
Já espero críticas, 'sustos', mas sou dona da MINHA vida. É essa a sensação.
O que posso oferecer? Respeito. 
Continuo com a essência. E ultimamente, enxergo mais longe. E me enxergo. Me sinto. Um tanto mais crescida e minha.
'O que depender de mim eu faço. O que depender dos outros, daí é com os outros. E isso incluí você'.

Hoje, li um texto bem interessante para o momento:

"É. Ela se tornou a chata por pedir atenção, a radical por estar farta de amizades que antes significavam tudo e agora não significam mais nada. A irritada, sem noção e injusta por estourar quando ficou em silêncio e aguentando tudo nas costas por tempo demais. Virou a anti-social por não suportar conversas que só enchem a cabeça de merda e não trazem nada de produtivo. É arrogante, prepotente, e sem noção quando expressa o que pensa. Quando ela tem razão ninguém vê, as pessoas só veem o que ela é, quando ela resolve ser grossa. Sabe por quê? ninguém nota o quanto ela é amorosa, carinhosa, compreensiva e tenta tirar sorrisos. Agora vão aprender a valorizar a pessoa que ela se tornou. E quer saber? Foda(m)-se."
(Não sei de quem é, mas deixo aqui os créditos, seja de quem for)

14 de janeiro de 2013

[.pra dentro. por dentro.]

:: Que a gente tenha a dignidade de ir embora quando preciso. De encontrar formas para começar uma nova história.
-Bibiana Benites.




E ela segue. Encantada com o novo. Leva consigo o que é intrínseco. 
O olhar? Ah! Essa forma dela enxergar as coisas, as situações, as pessoas é... mágico.
As lembranças? Ain... essas são exigentes demais.

10 de janeiro de 2013

[.nova casa.]


:: casa nova. paredes descascadas cobertas por outra tinta. cheiro forte. chão limpo. nada de tapetes. janelas ainda sem cortina. início de noite cinzento do outro lado do vidro. vinte horas e 30 minutos de chuva. talvez um dia ruim pra mudanças. mas sou teimoso. deixei rastros de pés molhados no chão. pistas para quem quiser me seguir. comigo, trouxe pouca coisas. peças de roupas vestidas. livro pela metade. dois cd´s sem caixa. gosto de recomeços. da casa antiga, quase nada. apenas o armário empoeirado com duas gavetas. uma vazia e outra pronta para ser aberta. sacudida sobre esse chão que, ainda limpo, reflete meu rosto.
-Eduardo Baszczyn-


:: mudar é difícil, mas é possível. 
Às vezes, é preciso partir. Seguir outro rumo, traçar um novo caminho.
Ela deixa tudo que não quero trazer de lá. Guarda apenas com carinho.
Pretende fazer uma nova trilha. Na mochila, um tanto de coragem, uma bagagem emocional gigante, uma vontade imensa... de caminhar e aprender mais. Muito mais.



7 de janeiro de 2013

[.deixo para trás muito menos do que aquilo que me espera.]

:: A vontade já existia e como tudo tem sua hora... o ponteiro marca 19:40h.
Passos suaves. Pequenos. Contudo, mais seguros.
É, propositalmente, isso: deixo para trás muito menos do que aquilo que me espera.
Aqui. Leve. Livre. Meu.